sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que vivi no Estaleiro Bar


De um lado era São Sebastião do outro Ilhabela. Subimos na balsa e depois de alguns
minutos, já com o céu escuro a travessia chegava ao fim. Desembarcamos numa  Ilha iluminada e acolhedora e fomos rumo a um bar encantado chamado Estaleiro.
A viagem prometia muitas surpresas. Aceleramos para dentro da noite de sábado. Ainda eram 19h30min e até às 22 horas tínhamos que passar o tempo de alguma forma até encontrar a nossa banda preferida que também eram nossos amigos, para uma noite de show no Estaleiro Bar com o Dialeto Dub.
Estávamos eu e o Thiago naquele início de noite sem saber o que fazer. Demos uma  volta pelas ruas da Vila de Ilhabela e paramos num Café que também era loja de cds e óculos, um lugar agradável. Lá tomei um expresso e como sempre não me contentando com um só, pedi outro. Tomei as duas xicaras e ainda o relógio marcava 20h30min e pra enrolar mais um pouco, um cappuccino foi pedido pelo Thiago. Levantamos fomos conhecer o restante da loja, pedi pra colocar um cd de jazz. Era Miles Davis tocando um belo som. Pagamos a conta e saímos para a rua que era a beira mar. Fomos ao píer onde pessoas
 pescavam utilizando molinetes com iscas luminosas, todos numa concentração que  dava gosto de se ver.
Voltamos para rua e adentramos em uma livraria, vimos vários livros e quadros. O celular tocou. Era o Bruno dizendo que já estava em frente ao bar. Fomos pra lá e nos juntamos a mais quatro na noite.
Tomamos uma cerveja e comemos lanches na padaria ao lado do Estaleiro Bar e em seguida começamos a arrumar o palco para a banda.

O bar

O Estaleiro era um bar aconchegante, era um lugar aberto cercado por uma mureta não muito alta, o que permite aos frequentadores observar o movimento da rua e mais a  frente o mar.
A iluminação era feita por algumas luzes, que não deixavam o lugar nem muito claro e nem muito escuro, assim podíamos observar as paredes com algumas pinturas, revelando um ambiente recheado de arte. Ao centro do bar algumas mesas e cadeiras,  mas o pessoal queria mesmo era ficar em pé.
Antes de o local encher, a banda já começou a tocar e a energia do ambiente que já era boa, ficou ainda melhor. Aos poucos as pessoas iam entrando, encantados pelos sons e pela diversidade de gente que se reuni ali.

As pessoas

No decorrer da noite, me sentia bem ao lado da Cyn e do Thiago enquanto assistia ao Show do Bruno, do Wilian e do Marcelo. A casa ia enchendo cada vez mais. Pessoas de todos os tipos. Fui até o balcão pegar uma cerveja e esbarrei em um índio e não acreditei, comecei a conversar com ele e descobri que seu nome era Jorge. Ele falava de suas apresentações  caracterizado de indígena. Ele falou que gostava de mostrar sua cultura, mas ficou desiludido quando soube que quem o levava para tais apresentações só queria o dinheiro e não estava nem aí para o seu povo. Comentou que deixara sua aldeia e vive agora como um homem branco, disse  que sofria muito preconceito, por isso, saiu de sua tribo Tupinambá, se casou com uma mulher branca e ela foi a única que ele amou, mas a largou, pois ela era extraviada. Não quis entrar em detalhes sobre sua vida amorosa e voltei pra junto dos meus. 
Trocamos de lugar, fomos mais pra perto do palco e ficamos num canto. Ali na parede  havia uma pintura, era um ser meio homem meio peixe que flutuava num céu azul. Certa hora essa criatura grudou no meu pescoço e me passou algumas informações, ele tinha observado uma moça me olhando e falou pra eu ir perto dela. Eu já estava meio desconfiado, pensei que estava sonhando acordado que uma pintura de parede estava falando comigo, mas quis ver até aonde ia essa história. O desenho na parede continuou insistindo pra eu me aproximar da garota, aí então foi a hora que eu decidi desmascara-lo e perguntei: “onde ela está?”
O homem peixe voador chegou perto de mim, me abraçou e falou: “ ali do lado daquele senhor que deve ter uns 90 anos dançando e pulando” Achei isso a gota d’água e gritei com aquele habitante da parede do bar:  “ Você é louco, são duas da manhã, não tem ninguém com essa idade aqui muito menos pulando e dançando” Ele só mandou eu me virar para trás  e olhar e isso foi o que eu fiz. Deparei-me com tudo  que ele falou, a moça me olhando e o senhor eufórico com a sua dança mais que atual. Era tudo verdade.
Me aproximei da moça, me encantei por ela e a fiz se encantar por mim. Com o velhinho, dancei, pulei e dei-lhe um abraço.
Comecei a pensar que estava em um bar num reino encantado, onde todas as pessoas,  independente da idade, da cor e de sua posição social eram iguais. No final da noite cada um foi para sua casa e nós seis que não éramos da Ilha, tivemos que encontrar um canto pra dormir aquele resto de noite que ainda restava.
Dormimos todos num quarto cedido pelo dono do bar. No domingo acordamos tomamos um belo café, que podia ser considerado um almoço. Fomos a algumas praias, esperamos a noite cair novamente e retornamos para São Paulo com algumas certezas em nossas mentes e nossos corações.








quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dias de outono em Camburí

Dias de outono em Camburí

Certo dia na praia de Camburí, Litoral norte de São Paulo, vimos uma onda quebrando no final da tarde quando céu azul não mais estava, parecia que ela vinha anunciar o escuro da noite que chegava para nos acolher.
Envolvidos pelos morros verdes, o mar azul e o laranja do céu de outono, vimos o dia virar noite e o calor dar lugar a um frio que pedia uma blusa pra esquenta.
 Às sete horas nossas almas junto com nossos corpos, pediam uma pausa para nos alimentar. Uma breve parada num restaurante e a janta veio nos acalentar. Tudo bem simples, arroz, feijão, salada, farofa e aquele peixe de costume.
Éramos quatro, depois da janta uma se foi, não aguentando o sono entrou no chalé e      dormiu.
Sobraram três com a fome saciada. Parecia que tínhamos hora marcada, fomos à praia pra poder cantar.
Em mãos, um violão e uma escaleta, eram dois tocadores que também eram cantores e eu ali só pra apreciar os mais belos sons que mais pareciam vindos do mar.
Sentados na areia, de repente apareceu mais um com seu instrumento escondido dentro da bolsa e pediu pra participar. Concordamos e ele participou e voltamos a ser quatro na noite escura e fria.
Depois de um tempo a cantoria acabou, o último que se juntou ao grupo sumiu da mesma forma que chegou. O da escaleta foi embora encontrar com a namorada, pra juntos caírem nos braços do Morfeu. Eu e o violeiro entramos num bar, bebemos, ouvimos mais músicas, conhecemos pessoas e no fim da madrugada quase de manhã, fomos embora.
Cada um pro seu canto, a noite se foi o sol nasceu. Acordamos horas depois para viver o dia, compor uma nova história e aproveitar o sol enquanto a noite não chegava novamente.

Autor: Guilherme Batista Emidio

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DA PRAIA PARA O ROCHEDO


Do litoral para o interior,
Sigo em frente e em cada lugar
As vidas seguem.
Mesmo clima prevalece,
É o calor. 
Pessoas te recebem com simpatia,
Verdadeira demonstração de amor.
Caiçara nativo me respeitou,
Sabe o valor do laço de amizade.
Caipira do interior,
Minha mente transformou.
Me ensinou,
No simples a vida tem mais sabor.
Pra trás deixei areia fina e branca,
Pela frente encontrei chão de terra.
Novos caminhos de paz,
E mais uma vez os lugares que passei,
Ao longo das estradas que percorri,
Me fizeram chorar.
Mas no final daquele caminho de terra,
A poeira baixou, pude ver e sentir,
A paz e o amor.
Entre os montes fiquei.
Da areia da praia lembrei,
E num canto de Minas Gerais
Com a família reunida,
No sítio Rochedo,
De alegria novamente chorei.

Autor: Gui Batista Emidio
E-mail: guilhermebatista_emidio@hotmail.com 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Roteiro de uma viagem inesquecível


Pegue a Rio Santos, passe pelas praias de São Sebastião, dê um pulo na Ilhabela. Volte para a estrada e siga em frente. Passe por Caraguatatuba, Ubatuba e aprecie o caminho com algumas paradas nas pequenas praias que beiram a pista.
Quando ver a placa de limite dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, você estará em Paraty. Avistará mais para frente, do seu lado direito, uma placa indicando a estrada que te leva até a Vila de Trindade. Vale a pena ir até lá para apreciar a beleza do local e comer alguma coisa enquanto a tarde cai.
Ao anoitecer siga para o centro de Parati e encontre uma pousada para passar a noite. No dia seguinte dê uma volta pelo centro histórico e entre nas lojas das ruelas estreitas de paralelepípedo. Depois de ter passeado um pouco por lá, retorne para a Estrada Rio Santos e siga em frente, pois ainda tem muito chão para o seu destino.
Em alguns muitos quilômetros, você estará no meio da cidade grande, é a capital Rio de Janeiro. Não pare, deixe para conhecer a cidade na volta, com mais calma. Siga em frente e se oriente pelas placas que indicam a Região dos Lagos.
Pegue a estrada que te levará direto a Cabo Frio. Depois que passar pela ponte Rio Niterói, dirija mais umas duas horas e então chegará ao seu destino, onde você já terá arranjado um lugar para ficar antes de sair de São Paulo.
Durma a primeira noite e descanse bem, pois no dia seguinte você curtirá as praias de areias brancas daquela cidade, no outro dia vá conhecer Búzios e nos outros dias desbrave a cidade de Arraial do Cabo onde as águas são transparentes e a areia fina como açúcar. Aproveite e faça um passeio de barco por lá e almoce no Restaurante Flutuante, a comida é boa e nem é tão cara.
Voltando para cabo Frio, pare próximo ao bairro do Foguete e ache as dunas que ficam do lado esquerdo de quem está voltando de Arraial. Estacione o carro na ruinha de terra, pegue a trilha andando até o topo das dunas e aprecie um lindo por do sol.
Por fim, descubra algo novo a se fazer por lá e me conte, que da próxima vez que eu for para aqueles lados, farei também.

Quando estiver acabando seus dias de férias, inicie seu retorno, e faça aquela parada no Rio de Janeiro, visite os pontos turísticos e encerre esses maravilhosos dias, sentada no calçadão de Copacabana olhando para o mar e agradeça a Deus por te acompanhar...

Reveillon na Prainha Branca

Era fim de ano, um calor que convidava pra viajar, ir de encontro com a natureza, apreciando as maravilhas que só a estrada pode oferecer. Era isso que estava acontecendo, muita gente já tinha aceitado o convite e saiam aos montes daqui de São Paulo. Terminais rodoviários, ferroviários e aeroportos, todos transbordando de pessoas avidas por dias de descanso longe da cidade onde ninguém para.
Eu sem saber ainda o que fazer da vida na última semana de 2010, tive que ir até a Rodoviária Tiete levar alguém, pra embarcar num ônibus com destino a Minas Gerais. Foi aí que me dei conta que estava no meio de uma multidão de viajantes, uns chegando e outros indo. Aí nesse momento me perguntei o que fazer.
Voltando pra casa pela marginal totalmente livre, percebi que não podia ficar sozinho em casa. Tinha que fugir ou apenas ir pra algum lugar. Não tive muito tempo para planejar, mas na manhã seguinte já estava com a mochila arrumada pronto pra ir viajar.
Optei por ir rumo ao desconhecido, por caminhos nunca antes feitos por mim. Na mente tinha uma única certeza, preciso e quero fazer isso, então liguei o carro e fui em direção ao mar. Sozinho dirigindo o carro pela estrada Mogi- Bertioga, vi caminhos verdes, quedas d'água, muitos carros e um céu que de azul se transformou em cinza.
Uma chuva caiu quando cheguei no pé da serra, mas nem liguei sabia que era só pra refrescar e baixar a poeira. Chegando em Bertioga a tempestade cessou. Achei um estacionamento, guardei o carro, peguei a balsa e atravessei o canal para o Guarujá.
Até desembarcar da balsa foi tudo como imaginei. O caminho era bonito, a balsa era como todas as outras, mas quando findei a travessia daquele canal, já do outro lado, vi uma placa contendo a frase de acolhida: "Bem vindos a Serra do Guaraú" e um portãozinho com outra placa que dizia " Trilha para a Prainha Branca" descobri que nem tudo seria exatamente do jeito que imaginei.
Ao dar o primeiro passo e adentrar naquela trilha, senti que estava no paraíso, me veio uma sensação de estar entrando num reino encantado onde só havia coisas boas e belas, mas pra confirmar essa primeira impressão, tinha que vencer a trilha que cada vez mais engendrava mata a dentro e montanha acima. Escorria em minha face um suor que mais parecia lagrimas de felicidades por eu estar ali.
Vencidos os vinte e poucos minutos de trilha, entrei num camping ainda no meio do caminho, montei minha barraca, deixei tudo no jeito e fui direto para beira da praia. Sentei no quiosque e enquanto tentava avistar a Nina Roots e a Dana da Banda Filosofia Reggae com quem tinha combinado de me encontrar quando lá chegasse, pedi uma cerveja gelada e logo fiz amizade com um cara gente fina que esperava sair sua refeição. A partir dai comecei a confirmar a sensação que tive no início da trilha. Comecei a notar que lá naquele lugar mesmo você estando só, nunca estará sozinho, pois as pessoas lá são diferentes, são vestidas de simpatia, simplicidade e humildade as pessoas lá são maravilhosas e vivem tentando sempre transmitir a paz.
Depois de algum tempo conversando com o gente fina, até parecíamos amigos de longa data, foi quando avistei as meninas me despedi do novo parceiro e me juntei a elas. Tomamos mais algumas cervejas, entardeceu e fomos pra casa, quer dizer, fomos para as barracas.
Ao anoitecer daquele meu primeiro dia na Prainha Branca, voltei pra praia com a Nina, curtimos o show no quiosque até que ela foi convidada a dar uma canja. Pronto a paz da garota acabou, muita gente pedindo autografo e tirando fotos, a Nina sumiu, fiquei sem a minha amiga. De repente conheci mais três pessoas e não estava mais só.
Me lembro que voltei pra barraca lá pelas seis da manhã. Dormi e acordei. Era meio dia quando levantei e vi no celular uma mensagem da Cibele, uma amiga do bairro. Na mensagem ela avisava que estava chegando. Ela chegou e junto com ela também veio a Rose, montamos a barraca onde as duas iam dormir e fomos para beira do mar. Curtimos o sol, as ondas, a paisagem, a areia, as pessoas, os sons e tudo que aquele lugar nos proporcionava.
Era tarde do dia 31 de dezembro, mas não demorou para noite cair. Era última noite do ano. O lugar a cada momento que passava, confirmava o que eu havia sentido quando dei o primeiro passo na trilha, mas o melhor ainda estava por vir. A virada do ano se aproximava. Eram 18 horas e muita coisa ainda ia acontecer naquele dia 31/12/2010.

Eu fiquei curioso pra saber como seria a noite, agora escrevendo sobre aqueles dias, percebi que as vezes a curiosidade aumenta o gosto da surpresa. Por isso vou ficando por aqui , mas em breve eu volto e conto tudo sobre aquela maravilhosa noite de reveillon. Até a próxima e um grande abraço.
  
Autor: Guilherme Batista Emidio